As enchentes no Rio Grande do Sul têm se tornado um desafio recorrente, mas a tecnologia está desempenhando um papel crucial na mitigação de seus impactos.
A integração de tecnologias avançadas está transformando a resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, salvando vidas e reduzindo danos. Com a evolução contínua dessas tecnologias, a capacidade de gerenciar e mitigar desastres naturais se tornará ainda mais eficiente.
Neste artigo apresentaremos como as enchentes têm afetado o estado do Rio Grande do Sul, e em como a tecnologia tem auxiliado neste momento tão triste para a região sul do país.
Como as enchentes afetaram o Rio Grande do Sul
As enchentes são desastres naturais devastadores que frequentemente atingem diversas regiões do mundo, causando danos materiais, perda de vidas e impactos socioeconômicos significativos. No estado do Rio Grande do Sul, não foi diferente. Desde o dia 27 de abril, o estado enfrenta a maior enchente da sua história, deixando comunidades inteiras em situação de emergência.
Segundo boletim da Defesa Civil, emitido na terça-feira, 21, são 464 municípios afetados, 581 mil desalojados, 72 mil pessoas em abrigos, 2,3 milhões de pessoas afetadas e 161 óbitos. Causando estragos generalizados, inundando áreas urbanas e rurais, destruindo casas, interrompendo o fornecimento de energia elétrica e prejudicando o abastecimento de água potável. A magnitude das enchentes destacou a necessidade urgente de medidas eficazes para enfrentar e lidar com suas consequências.
Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul já são maiores do que o furacão Katrina que atingiu Nova Orleans (Louisiana), nos Estados Unidos, em agosto de 2005. Segundo informações, em Nova Orleans o total de vias alagadas foi de 2,4 mil quilômetros, já no Rio Grande do Sul o alagamento chegou a um total de 3,8 mil quilômetros. Além de, muitos municípios do estado do sul do país não existirem mais, não se sabe quantas cidades precisarão ser realocadas.
Diante do cenário enfrentado, uma onda de solidariedade surgiu em todo o país, a população começou a se mobilizar para ajudar quem mais precisava, tanto na forma de resgates, de doações, quanto na criação de tecnologias que fossem ajudar neste momento tão difícil e triste para o estado do Rio Grande do Sul. Em meio a essa adversidade, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial, oferecendo soluções inovadoras para mitigar os efeitos deste desastre natural.
A maior enchente enfrentada pelo estado do Rio Grande do Sul foi em 1941, 83 anos depois o estado enfrentou em mais um, 08 maio, uma das maiores enchentes da sua história. Em 1941 a água atingiu 4,76m acima do nível, já em 2024 a água chegou aos seus 5,3m acima do normal. Quatro das cinco maiores enchentes registradas ocorreram nos últimos oito anos. Mas nenhuma havia superado, até agora, a de 1941.
De que modo a tecnologia está auxiliando nas enchentes do Rio Grande do Sul
Não é de hoje que a tecnologia tem auxiliado em enchentes. Em muitos países do mundo a tecnologia é aliada na prevenção de desastres naturais. Como na Noruega, que uma ferramenta de inteligência artificial utiliza dados da administração pública para prever, com até sete dias de antecedência, quais inundações irão acontecer, quais vias ficam intransitáveis, quais serviços públicos ficam paralisados e para onde as pessoas devem se deslocar.
Além disso, existem empresas, startups e iniciativas governamentais focadas no desenvolvimento de tecnologias para prevenir desastres naturais, remediar o seu impacto e recuperar as localidades e populações afetadas. Criando um ecossistema de informações geradas, multilateralmente e que colabora na qualidade e no tempo de resposta das autoridades diante de situações críticas.
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem enfrentado enchentes severas que causam grandes prejuízos. A tecnologia emergiu como uma aliada vital no enfrentamento desses desastres naturais. Diversas inovações estão sendo utilizadas para mitigar os impactos das enchentes e melhorar a resposta das autoridades e comunidades afetadas.
Com sistemas de monitoramento em tempo real, como sensores de nível de água e sistemas de alerta precoce, têm permitido às autoridades prever e responder com maior rapidez e eficiência às enchentes eminentes. Além disso, drones equipados com câmeras de alta resolução têm sido utilizados para mapear áreas inundadas, identificar vítimas em locais de difícil acesso e auxiliar nas operações de resgate.
A integração de tecnologias avançadas está auxiliando na forma como o Rio Grande do Sul enfrenta as enchentes. A partir de análises, é possível melhorar o gerenciamento e entender padrões associados a eventos e fenômenos, além de trabalhar em intervenções para prevenir que pessoas fiquem ilhadas e corram risco de morte por conta do alto nível da água.
A inteligência artificial, drones, aplicativos móveis, big data e IoT estão proporcionando ferramentas poderosas para previsão, monitoramento e resposta a desastres. Sendo também essenciais para melhorar a precisão dos sistemas de alerta precoce.
Iniciativas em tecnologia que estão ajudando as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
As enchentes no Rio Grande do Sul, têm causado grandes desafios, mas diversas iniciativas tecnológicas estão proporcionando um suporte vital às vítimas.
Plataformas online e aplicativos móveis têm sido utilizados para facilitar a comunicação entre as autoridades de resgate e os residentes afetados, permitindo o registro de pedidos de socorro, o compartilhamento de informações sobre abrigos e serviços de emergência, e a coordenação de operações de evacuação.
Além disso, a tecnologia tem sido fundamental na prestação de serviços de saúde e assistência humanitária às comunidades atingidas, a seguir, destacamos algumas dessas inovações que estão fazendo a diferença nas enchentes do Rio Grande do Sul.
Monitoramento e Alerta
Sistemas e monitoramento baseados em IA e IoT são utilizados para prever enchentes e monitorar os níveis dos rios em tempo real. Sensores conectados à IoT fornecem dados contínuos sobre as condições dos rios, permitindo que as autoridades emitam alertas precoces e precisos.
Aplicativos estão fornecendo alertas em tempo real sobre o risco de enchentes. Esses aplicativos utilizam dados meteorológicos e hidrológicos para notificar os usuários sobre a necessidade de evacuação e fornecer informações sobre rotas seguras e abrigos disponíveis.
Resgate e Assistência
Drones equipados com câmeras de alta resolução estão sendo usados para mapear áreas afetadas, identificar vítimas e avaliar danos. Esses dispositivos permitem uma visão abrangente e imediata das regiões alagadas, facilitando a coordenação de esforços de resgate.
Plataformas digitais estão ajudando na coordenação de voluntários e na distribuição de recursos. Essas ferramentas facilitam a organização de equipes de resgate, a alocação de recursos e a comunicação entre diferentes agências e organizações de ajuda. Aqui estão algumas iniciativas que foram criadas para auxiliar na enchente do Rio Grande do Sul.
- Pessoa perdida: é uma solução de IA que auxilia na localização de pessoas desaparecidas. A plataforma também fornece informações sobre abrigos, facilitando o acesso a recursos essenciais.
- Ajude RS: Permite que qualquer pessoa com acesso à internet reporte situações de emergência via site ou WhatsApp.
- Pet RS: Pelo formulário, o tutor cadastra seu animal perdido, usando fotos de boa qualidade e preenchendo campos específicos e adiciona um WhatsApp de contato. Através disso, é possível unir informações para encontrar os animais domésticos que acabaram se perdendo durante as fortes chuvas.
- SOS RS: Aplicativo desenvolvido para organizar e distribuir suprimentos, bem como coordenar voluntários durante os alagamentos no Rio Grande do Sul.
As impressoras 3D foram utilizadas para boias de resgate, utilizando a impressora e garrafas PET de dois litros, foi possível criar as boias, para facilitar o resgate entre pontos alagados, em condições sem correnteza, para o transporte de pessoas e animais em áreas inundadas.
Tecnologia de comunicação
Durante uma enchente, a comunicação é crucial. Tecnologias avançadas de comunicação, como redes de sensores e sistemas de alerta via SMS, garantem que as informações cheguem rapidamente às pessoas em risco. Essas tecnologias permitem uma resposta coordenada e eficiente, reduzindo o tempo de reação e potencialmente salvando vidas. Entre elas estão:
Ação coletiva das operadoras de telefonia
As operadoras de telefonia abriram suas redes para roaming, permitindo que clientes pré e pós-pago se conectem gratuitamente à internet, independente da operadora de origem, para garantir a conectividade em meio às enchentes no Rio Grande do Sul.
Satélite Amazônia 1
As imagens produzidas pelo Amazonia 1 ajudam no monitoramento contínuo e detalhado permitindo uma avaliação precisa dos danos se tornando um recurso vital para a gestão de desastres naturais.
Antenas starlink para áreas isoladas
As antenas starlink oferecem uma solução para fornecer internet via satélite em locais remotos do Rio Grande do Sul. Sendo fundamentais para reestabelecer a comunicação em pontos da Defesa Civil, Segurança Pública, unidades de saúde, escolas e serviços públicos essenciais.
Suporte pós-desastre
Análise de Big Data, a análise de grandes volumes de dados está ajudando a entender os padrões das enchentes e a desenvolver estratégias de mitigação para o futuro. Com essas informações, as autoridades podem tomar decisões mais informadas sobre o planejamento urbano e a gestão de recursos hídricos.
A Indra empresa espanhola, possui um projeto chamado EO4SD que tem como foco o uso de satélites para monitorar regiões potencialmente sensíveis. Usando Big Data e Analytics, as informações são reunidas e a análise de desastres naturais, como inundações ou deslizamentos de terra ganham agilidade e eficiência.
Projetos de infraestrutura inteligente estão sendo implementados para melhorar a resistência das comunidades às enchentes. Isso inclui sistemas de drenagem, barragens controladas por IA e a construção de diques em áreas vulneráveis.
Durante as chuvas que ocorreram em 2022, em Petrópolis (RJ), a prefeitura se uniu a startup iNeeds System, para monitorar rochas em locais de riscos, o sensor monitora qualquer movimento da rocha, e capta deslizamento de terra no entorno e assim as informações são enviadas em tempo real para a Defesa Civil.
Como a tecnologia poderá contribuir nos próximos desastres naturais
À medida que enfrentamos desafios cada vez mais complexos relacionados às mudanças climáticas e eventos extremos, é fundamental continuar investindo em soluções tecnológicas inovadoras para fortalecer nossa resiliência e capacidade de resposta a desastres naturais.
No futuro, podemos esperar avanços significativos em áreas como inteligência artificial, análise de big data e internet das coisas (IoT), que serão essenciais para melhorar a precisão dos sistemas de alerta precoce, otimizar o gerenciamento de recursos durante crises e facilitar a recuperação pós-desastre.
A tecnologia está à disposição tanto do poder público quanto dos cidadãos, que podem contribuir para minimizar os impactos nas cidades. A tecnologia e os dados devem ser usados para minimizar os impactos dos desastres naturais.
Com isso é possível melhorar o gerenciamento e entender padrões associados a eventos e fenômenos, além de trabalhar em intervenções para prevenir que pessoas fiquem ilhadas e corram risco de morte por conta das enchentes.
O avanço tecnológico oferece ferramentas poderosas para prever, responder e se recuperar de desastres naturais, potencialmente salvando vidas e reduzindo os danos. À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, a capacidade de gerenciar crises e proteger populações vulneráveis se tornará cada vez mais eficaz.
Ajude o Rio Grande do Sul
O estado do Rio Grande do Sul está enfrentando a pior enchente da sua história, muitas famílias perderam tudo, e agora chegou a hora da reconstrução. Para ajudar de forma segura, em nosso blog você encontra o artigo “Enchentes no RS: Apoio às Campanhas e Alerta contra Golpes” no qual você encontra campanhas sérias que poderá fazer doações de maneira segura, sem cair em golpes.
Como a água começou a baixar, muitas famílias necessitam de ajuda para fazer a limpeza de suas casas, através do aplicativo “Meu lar de Volta”, você pode pedir ajuda ou se candidatar como voluntário para ajudar na limpeza das residências.
Juntos podemos fazer a diferença pelo Rio Grande do Sul!