A Black Friday é uma das datas mais esperadas pelos comerciantes, marcada por descontos atrativos e por um aumento exponencial no volume de compras. Contudo, enquanto consumidores buscam aproveitar as melhores ofertas disponíveis, os cibercriminosos enxergam nessa data uma valiosa oportunidade para explorar as vulnerabilidades e executar ataques digitais.
Por esse motivo, é fundamental que as empresas estabeleçam protocolos e medidas de segurança para se proteger dessas ações durante esse período. Dessa forma, é possível proteger a experiência dos clientes e garantir que nenhum problema ocorra devido à falta de segurança cibernética.
Por que a Black Friday é um alvo para cibercriminosos?
Durante a Black Friday, o tráfego em sites de e-commerce cresce significativamente, surgindo com ele vulnerabilidades que podem ser exploradas. Essa grande concentração de atividades digitais atrai os cibercriminosos, que estão interessados em interromper serviços, roubar dados sensíveis ou aplicar golpes.
O comportamento dos consumidores desempenha um papel fundamental no crescimento dos riscos. Assim, a busca por ofertas imperdíveis leva as pessoas negligenciar práticas de segurança online, podendo clicar em links suspeitos ou acessar sites sem verificar sua veracidade.
Além disso, durante a Black Friday, a utilização de dispositivos móveis para efetuar compras cresce, ampliando a superfície de ataque. Um relatório feito pela Appreach, revelou que 72% de todo o tráfego de vendas no país é realizado através de smartphones durante esse período. Porém, embora os tablets e smartphones sejam bastante convenientes, muitas vezes não possuem as proteções necessárias, tornando-se alvos atraentes para malwares e outros tipos de ameaças.
O crescimento exponencial nas transações online
Como dissemos anteriormente, as vendas no varejo aumentam significativamente durante a Black Friday. De acordo com uma pesquisa realizada pela Opinion Box, 55% dos consumidores já planejam adquirir algum bem na data da Black Friday, além de 35% de consumidores indecisos. Além disso, a pesquisa revelou que há uma previsão de um aumento de 10% nas vendas online durante esse período.
É importante lembrar que a Black Friday concentra uma quantidade massiva de dados confidenciais, como informações de pagamento, dados pessoais e preferências de compra. Os cibercriminosos utilizam essas informações para executar ataques direcionados, como roubo de identidade e fraude financeira, que podem causar imensos prejuízos para consumidores e para empresas.
Entre as vulnerabilidades mais exploradas nesse período estão sistemas desatualizados e conexões inseguras. Os cibercriminosos conseguem interceptar transações em redes wi-fi públicas, capturando dados sensíveis fornecidos pelos consumidores.
Para evitar esse problema, as empresas precisam implementar criptografia de ponta a ponta nos sistemas e educar seus consumidores sobre os riscos envolvidos nas compras online. Garantir a proteção das informações é importante para manter a confiança dos consumidores e a integridade da marca.
Dados de vendas e vulnerabilidades digitais
Durante a Black Friday, o enorme número de transações cria um ambiente rico para cibercriminosos, que buscam explorar vulnerabilidades em sistemas de pagamento e armazenamento de dados. De acordo com dados apontados pela ClearSale, os prejuízos com as fraudes da Black Friday ultrapassaram R$ 10 milhões em 2023. Dados como números de cartões de crédito, preferências de compra e endereços pessoais se tornam valiosos alvos, podendo ser utilizados para fraudes financeiras ou revendidos na dark web.
Além disso, cresceram também as transações realizadas através do Pix. Um levantamento realizado pela Fiserv revelou que houve em 2023 um aumento de 131% em comparação com a edição da Black Friday de 2022, número que pode ser ainda maior em 2024.
Os cibercriminosos utilizam estratégias avançadas para interceptar e manipular esses dados. Entre os métodos mais comuns estão os ataques Man-in-the-Middle, onde as informações são capturadas durante a transmissão, e a exploração de servidores desprotegidos. Sites que não contam com certificados SSL são especialmente vulneráveis e podem expor os consumidores a riscos significativos.
O investimento em tecnologias de proteção robustas, como criptografia de ponta a ponta, minimiza as vulnerabilidades. Assim, a conscientização do consumidor é essencial, sendo recomendado, evitar compras em sites sem segurança comprovada e a manutenção de dispositivos atualizados para reduzir riscos.
A pressa e o impacto na segurança
A pressa em realizar transações e aproveitar as ofertas da Black Friday é um dos fatores que mais comprometem a segurança digital dos consumidores. O medo de perder promoções limitadas faz com que os usuários ajam impulsivamente, clicando em links sem verificar sua autenticidade. Essa pressa é exatamente o que os cibercriminosos precisam para aplicar seus golpes.
Por esse motivo, os cibercriminosos criam páginas falsas, anúncios enganosos e meios fraudulentos que simulam grandes marcas ou ofertas legítimas. De acordo com o estudo realizado pela Redbelt Security, mais de 100 páginas falsas são criadas diariamente pelos cibercriminosos para enganar os consumidores durante as compras.
Uma pesquisa recente do Instituto DataSenado mostrou que os golpes digitais atingiram 24% dos brasileiros com mais de 16 anos no último ano. Isso significa que mais de 40,85 milhões de pessoas sofreram perdas financeiras em função de crimes cibernéticos, como fraude na internet, invasão de contas ou clonagem de cartão.
Além disso, é importante que tanto as empresas quanto os consumidores se mantenham atentos. As organizações podem investir em campanhas de conscientização para alertar sobre os perigos de sites falsos e links suspeitos. Por sua vez, os consumidores podem se proteger adotando práticas simples, como evitar clicar em links desconhecidos e verificar o URL.
Principais ameaças da Black Friday
A Black Friday é um dos períodos mais movimentados do comércio, tanto físico quanto digital, mas também é um campo fértil para os cibercriminosos. Durante esse evento, eles se aproveitam do aumento no volume de transações e da menor vigilância para lançar ataques em larga escala e mais sofisticados.
Entre as ameaças mais comuns está o phishing, um ataque em que meios ou mensagens falsas são distribuídos simulando promoções em lojas confiáveis. Assim, com o objetivo de causar indisponibilidade temporária e prejuízos operacionais, cibercriminosos realizam frequentemente ataques DDoS, sobrecarregando propositalmente sites, especialmente em períodos de alta demanda, como a Black Friday, onde os usuários estão mais propensos a ações precipitadas.
Malwares disfarçados de aplicativos de compras ou atualizações de software são outra ameaça em potencial, considerando que eles podem roubar informações pessoais e financeiras dos usuários. Além disso, como mencionado anteriormente, a criação de sites falsos que imitam páginas de empresas legítimas também é muito perigosa. Esses sites enganam consumidores mais desatentos e capturam dados financeiros e pessoais.
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Phishing e e-mails fraudulentos
O phishing é uma das ameaças cibernéticas mais comuns durante a Black Friday, explorando a falta de atenção e a pressa dos consumidores em busca de promoções. A pesquisa Thales Global Data Threat Report (DTR) 2024, demonstrou que os ciberataques continuam crescendo exponencialmente, sendo o Phishing responsável por 32% das ações criminosas.
Nesse tipo de ataque, os cibercriminosos enviam e-mails ou mensagens falsas que simulam lojas confiáveis e prometem ofertas imperdíveis, fazendo com que os consumidores forneçam dados valiosos.
Esses e-mails costumam criar um senso de urgência, induzindo o consumidor a agir sem verificar a autenticidade. Por esse motivo, muitos e-mails de phishing podem vir acompanhados com frases como “Última Chance” ou “Promoção válida por poucas horas“.
Para se proteger, é necessário verificar cuidadosamente o endereço do remetente e evitar acessar links ou baixar anexos de mensagens que não foram solicitadas. Assim, as empresas podem reduzir a exposição dos seus clientes a esses ataques através de campanhas educativas e tecnologias como filtros anti-phishing.
Como identificar mensagens suspeitas?
Os e-mails de phishing, embora sofisticados, ainda apresentam características comuns que ajudam na sua identificação. Erros gramaticais ou ortográficos frequentes podem ser um indicativo, pois muitas dessas mensagens são traduzidas automaticamente ou criadas sem a devida atenção aos detalhes. Os links contidos nesses e-mails falsos são suspeitos, utilizando URLs que imitam sites legítimos, mas com pequenas alterações, como domínios diferentes ou troca de caracteres.
A solicitação de informações pessoais é outra característica recorrente, visto que as mensagens de urgência, como mencionamos anteriormente, causam pressão psicológica para levar o destinatário a agir rapidamente, sem verificar a autenticidade do conteúdo.
Para evitar sofrer danos, os consumidores devem evitar clicar em links suspeitos, passando o cursor por cima do endereço para verificar se é um link real, ou acessar o site da loja diretamente pelo navegador.
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Ataques de DDoS e interrupções de serviço
Durante a Black Friday, os ataques de negação de serviço distribuído (DDoS) representam uma ameaça recorrente e particularmente destrutiva. A Nescout Systems publicou o Relatório de Inteligência de Ameaças DDoS 2024.1, com dados do primeiro semestre de 2024. Segundo o documento, houve um aumento significativo de 43% nos ataques de nível de aplicação e de 30% nos ataques volumétricos, com destaque para a Europa e o Oriente Médio como as regiões mais afetadas.
Para realizar esses ataques, os criminosos utilizam redes de dispositivos comprometidos, conhecidos como botnets, que consistem em máquinas infectadas com malware e controladas remotamente. Hackers exploram computadores pessoais, servidores e dispositivos da Internet das Coisas (IoT), como câmeras de segurança, roteadores e eletrodomésticos inteligentes, gerar tráfego de ataque.
O funcionamento de um ataque DDoS começa com a criação de uma botnet, onde o invasor controla um grande número de bots (dispositivos infectados) e, em seguida, envia instruções para esses dispositivos enviarem solicitações simultâneas ao servidor ou rede da vítima. O objetivo é inundar o sistema com tráfego excessivo, o que pode resultar em falhas, tornando o site ou serviço inacessível. O fato de que cada bot é um dispositivo legítimo torna a identificação e mitigação do ataque mais complexa, já que o tráfego malicioso se mistura com o tráfego legítimo, dificultando a distinção entre os dois.
O impacto de um ataque DDoS durante a Black Friday é particularmente grave, pois esse período de compras online já gera um aumento exponencial no tráfego de consumidores. Os servidores, já sobrecarregados devido ao volume de acessos e transações, tornam-se ainda mais vulneráveis a esses ataques, resultando em quedas no sistema, interrupções nas transações e na perda de acesso aos sites. Para as empresas, os danos não se limitam apenas à perda de receita durante a paralisação das operações.
A confiança do consumidor impacta diretamente a imagem da empresa. Consumidores que enfrentam dificuldades para acessar os sites perdem a oportunidade de realizar compras, o que pode gerar frustração e até desconfiança em relação à capacidade da empresa de garantir um serviço seguro e eficiente.
Além da perda financeira direta, as empresas também enfrentam desafios na recuperação da sua imagem no mercado. A percepção de ineficiência ou falta de segurança pode ter um impacto duradouro na lealdade dos clientes e na reputação da marca. Os sinais típicos de um ataque DDoS, como um aumento inexplicável de tráfego em horários incomuns ou um pico repentino de solicitações para a mesma página, exigem investigação detalhada e o uso de ferramentas de análise de dados para distinguir entre um ataque e um pico legítimo de tráfego. Essa complexidade torna a defesa contra ataques DDoS um desafio constante para as empresas, que precisam estar preparadas para identificar e mitigar rapidamente essas ameaças durante períodos de alta demanda, como a Black Friday.
Impacto nas compras online e operações comerciais
A indisponibilidade do site durante a Black Friday pode ter um impacto financeiro significativo para as organizações. Durante esse período, muitas lojas geram grande parte da receita anual, e quando o site fica fora do ar, as oportunidades de vendas são perdidas. Além disso, também podem existir custos adicionais, como reparação dos sistemas e mitigação de ataques, além da compensação de clientes afetados.
A interrupção dos serviços pode prejudicar a fidelidade dos consumidores. A frustração de muitos clinetes por não conseguirem acessar as ofertas divulgadas pode fazer com que abandonem a empresa e busquem concorrentes. Isso, além de diminuir as vendas, também afeta a imagem da marca a longo prazo. A confiança do cliente é um ativo valioso para as empresas, e pode sofrer um impacto severo por conta de um ataque desse tipo.
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Malware e páginas falsas
Embora seja um problema recorrente durante todo o ano, os malwares e as páginas falsas podem aumentar significativamente durante a Black Friday. A probabilidade dos consumidores se depararem com esse tipo de golpe aumenta consideravelmente, já que os cibercriminosos aproveitam o aumento do tráfego e a busca por descontos para disseminar suas estratégias.
Ao clicar em links falsos ou visitar sites fraudulentos, os consumidores podem baixar softwares maliciosos em seus dispositivos. Esses malwares podem ser utilizados para o roubo de informações e até mesmo para controlar o dispositivo da vítima, favorecendo a aplicação de outros golpes.
É importante lembrar que essas páginas falsas são criadas pelos cibercriminosos de forma idêntica à original, mas com o objetivo de coletar informações confidenciais. Essas páginas costumam ser distribuídas através de e-mails de phishing, anúncios em redes sociais ou mensagens diretas ao consumidor.
Contra esse tipo de ameaça, é fundamental estar atento a alguns sinais. Verifique se o site é seguro e evite acessar links suspeitos recebidos por e-mail ou redes sociais. Compre sempre em sites confiáveis e conhecidos, utilizando soluções de segurança para reduzir os riscos de infecção.
Além de verificar se o endereço do site começa com “https” e se aparece um cadeado ao lado da URL, também avalie o visual do site: erros de ortografia, um layout estranho ou páginas mal organizadas podem ser sinais de fraude.
Outra dica é conferir se o site oferece informações básicas, como CNPJ, endereço físico e meios de contato claros, como um SAC funcional. Prefira digitar o endereço do site diretamente no navegador, evite clicar em links enviados por e-mail ou redes sociais, que podem levar a páginas falsas.
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Fraudes com dados de cartão de crédito
Como mencionamos, muitos ataques cibernéticos são focados em obter dados pessoais dos consumidores, e essas informações podem ser utilizadas pelos criminosos em outras fraudes, como é o caso das fraudes com dados de cartão de crédito. Os cibercriminosos utilizam diversas táticas para capturar essas informações financeiras, se aproveitando da pressa e do entusiasmo para aproveitar as ofertas. Com esses dados em mãos, os criminosos conseguem realizar compras fraudulentas, executar transferências bancárias ou até mesmo vender as informações em mercados clandestinos.
Esses dados podem ser obtidos de diferentes formas, como através de malwares, e-mails de phishing, páginas falsas e até mesmo keyloggers, que são instalados nos computadores ou dispositivos para registrar as teclas digitadas. O ataque Man in the Middle também pode ser utilizado, onde os cibercriminosos interceptam a comunicação entre o consumidor e o site da loja para roubar as informações transmitidas.
Para proteger seus dados financeiros durante a Black Friday, os consumidores devem adotar algumas precauções de segurança. Em primeiro lugar, verifique sempre se o site onde está realizando a compra é legítimo e se ele utiliza uma conexão segura. Utilize carteiras digitais ou cartões virtuais que geram números temporários de cartão de crédito para esse tipo de transação, reduzindo o risco de exposição dos dados reais.
O futuro da Black Friday e da cibersegurança
Como podemos observar ao longo deste artigo, a Black Friday é uma oportunidade imperdível para os consumidores e também para os cibercriminosos que desejam explorar vulnerabilidades. À medida que a tecnologia avança e as formas de transação online se tornam mais sofisticadas, novos desafios para a segurança digital surgem. Proteger informações, garantir a integridade das plataformas de e-commerce e a segurança do consumidor são questões que se tornaram ainda mais críticas, sendo fundamental estabelecer uma adaptação constante, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores.
Ataques baseados em IA e malwares sofisticados
À medida que os sistemas de segurança se tornam mais robustos, também evoluem as técnicas dos cibercriminosos. Com o avanço da tecnologia, novas estratégias de ataque estão sendo desenvolvidas, como deepfakes e ataques baseados em Inteligência Artificial. Essas medidas podem simular ações legítimas, enganando consumidores e o sistema de proteção, sendo necessário um trabalho constante de adaptação e melhoria.
A automação dos ataques cibernéticos, por sua vez, pode permitir que criminosos realizem fraudes em larga escala de forma mais rápida e efetiva, desafiando as defesas das empresas e criando um ambiente mais perigoso para o comércio eletrônico.
A sofisticação dos malwares também apresenta um grande desafio. Os cibercriminosos já desenvolveram estratégias inteligentes e malwares mais sofisticados que podem ser ainda mais perigosos para os usuários e mais difíceis de detectar.
Com o objetivo de espionar, sabotar ou extorquir, hackers utilizam técnicas avançadas para projetar malwares sofisticados que evitem detecção e causem danos em larga escala. Exemplos incluem o Stuxnet, que sabotou centrífugas nucleares no Irã, e o WannaCry, que se espalhou globalmente usando a vulnerabilidade EternalBlue para criptografar dados e exigir resgates. Já o NotPetya, embora semelhante ao WannaCry, teve como objetivo destruir sistemas, afetando empresas em todo o mundo.
Por esse motivo, o desenvolvimento de estratégias de segurança é um trabalho incansável e intenso, buscando novas formas de proteger os usuários contra esse tipo de ação.
Dispositivos IoT e vulnerabilidades na cadeia de suprimento
A crescente adoção de dispositivos IoT (Internet das Coisas) nos ambientes corporativos, principalmente durante eventos de grande volume como a Black Friday, cria novas oportunidades para os cibercriminosos. Esses dispositivos, como termostatos inteligentes e até dispositivos de monitoramento, conectam-se à rede, tornando-se pontos de acesso potenciais para ataques. Muitas vezes, esses dispositivos não possuem bons recursos de segurança, tornando-se pontos de acesso vulneráveis. A falta de protocolos de segurança nesses dispositivos facilita que os cibercriminosos explorem essa brecha para acessar sistemas sensíveis e dados confidenciais.
Além disso, a cadeia de suprimentos se tornou um alvo cada vez mais visado, pois muitas empresas dependem de fornecedores para a entrega de produtos e serviços. Quando essa rede é comprometida, os atacantes podem acessar informações confidenciais, como dados de clientes e processos internos, direcionando ataques aos produtos e serviços.
Um exemplo disso foi o ataque executado contra a SolarWinds, que demonstrou uma vulnerabilidade em um único fornecedor que comprometeu a segurança de toda uma rede corporativa. Durante eventos de alto tráfego, como a Black Friday, as empresas devem garantir que seus fornecedores implementem medidas robustas de segurança digital.
Como a sua empresa pode se proteger durante a Black Friday?
Sabemos que a Black Friday é uma das datas mais aguardadas do comércio, mas também uma das mais arriscadas para a segurança digital. O aumento das transações online e a pressão para oferecer descontos imperdíveis fazem com que as empresas se tornem alvos fáceis para os cibercriminosos. Por esse motivo, a empresa precisa adotar medidas para se proteger e evitar prejuízos causados por esses ataques.
Essas medidas devem ser implementadas para garantir que as operações permaneçam seguras e contínuas, além de evitar prejuízos financeiros e danos à reputação. Veja a seguir algumas das melhores práticas que as empresas podem seguir para se proteger durante esse período de alta demanda.
Investimento em infraestrutura e segurança
Uma das melhores formas de proteger a empresa contra ataques cibernéticos durante a Black Friday é através de investimentos em infraestrutura de segurança mais robusta. Isso envolve não só a implementação de firewalls, Filtro DNS e sistemas de detecção de intrusões, mas o fortalecimento da rede corporativa para lidar com o aumento do tráfego.
Durante o período da Black Friday, diversos sites experimentam grande sobrecarga, o que pode tornar os sistemas vulneráveis. Nesse sentido, é responsabilidade da empresa preparar e fortalecer a infraestrutura de servidores e redes para suportar grande volume de acesso simultâneo.
Soluções de firewall e monitoramento constante
Os firewalls robustos são essenciais para criar uma barreira de defesa contra os ataques externos. Na Black Friday, existe uma ameaça mais intensa de ataques cibernéticos, é necessário que as empresas implementem monitoramento constante de rede para garantir a proteção.
Ferramentas de segurança avançadas podem ser utilizadas para identificar comportamentos suspeitos e possíveis vulnerabilidades em tempo real, permitindo que as equipes de segurança ajam rapidamente para bloquear essas ações. Combinar firewalls, próxima geração de detecção de intrusões e monitoramento em tempo real é uma estratégia eficaz para detecção e prevenção de tentativas de acesso não autorizadas e outras ameaças.
Educação dos consumidores
Embora a segurança interna da empresa seja indispensável, também é necessário investir na educação dos consumidores para prevenir fraudes e ataques de diversos tipos. Durante a Black Friday, consumidores estão mais propensos a cair em golpes, como sites falsos e e-mails fraudulentos, por conta da sua pressa e ânsia de encontrar ofertas imperdíveis. Oferecer orientações claras sobre reconhecimento de sites seguros e verificação de URLs autênticas é fundamental, além da orientação para evitar clicar em links suspeitos.
As empresas precisam informar seus clientes sobre as melhores práticas de segurança, como utilizar senhas fortes e realizar compras apenas em sites seguros (https). Aliado a isso, a autenticação de dois fatores (2FA) é essencial, contribuindo para um ambiente digital mais seguro e aumenta a proteção das informações pessoais.
Outra dica fundamental é evitar utilizar redes Wi-Fi públicas para melhorar a segurança das transações. Muitas dessas redes não contam com os recursos de segurança necessários, favorecendo a exposição de informações e aumentando a superfície de ataque.
Implementação de autenticação em duas etapas (2FA)
A autenticação em duas etapas é uma medida essencial para proteger contas contra acesso não autorizado. Ela requer que o usuário forneça pelo menos duas formas diferentes de identificação para dificultar significativamente o trabalho dos cibercriminosos.
Esse processo funciona da seguinte maneira:
- Primeira camada: a primeira camada da segurança multifatorial é a senha, comum na maioria das plataformas. Entretanto, essas senhas podem ser vulneráveis a ataques de força bruta. Por esse motivo, a senha por si só não é suficiente para garantir a segurança, principalmente em momentos de alto tráfego.
- Segunda camada: um código adicional funciona como uma segunda camada de segurança, exigindo que o usuário forneça um código para confirmar sua identidade. Esse código pode ser enviado por SMS, e-mail ou gerado por um aplicativo de autenticação. Apresentando uma validade limitada, ele torna muito mais difícil para os cibercriminosos usarem as informações roubadas.
Evite golpes na Black Friday
A Black Friday é uma das maiores datas de compras do ano, e a grande quantidade de ofertas tentadoras pode criar vulnerabilidades muito perigosas. De acordo com o estudo “Panorama do Consumo Brack Friday 2024” realizado pelo Mercado Livre, 85% dos participantes pretendem comprar na Black Friday, evidenciando a grande quantidade de consumidores que aproveitam as promoções. Contudo, durante esse período, consumidores estão mais sucetíveis a erros e riscos cibernéticos, sendo importante a adoção de recursos e ferramentas que ajudam a manter a proteção.
Existem algumas estratégias de segurança que podem ajudar esses consumidores a evitar se tornarem vítimas de fraude, como veremos a seguir:
Verificação de autenticidade de sites
Antes de realizar uma compra online, a primeira medida de segurança que deve ser adotada é a verificação da autenticidade da página a ser acessada. Uma das formas de fazer isso é através da verificação do certificado SSL da página, identificado pela presença de “https://” na URL e pelo cadeado na barra de endereços.
Buscar avaliações e feedback de outros consumidores é muito importante, ajudando a verificar se o site é confiável e se outras compras já foram realizadas. Os sites falsos costumam ter preços excessivamente baixos, erros de digitação e informações de contato suspeitas, sendo indicativo de que algo está errado.
Cuidado ao clicar em links promocionais
Na Black Friday, cibercriminosos costumam enviar muitos e-mails fraudulentos com links que redirecionam para sites falsos e maliciosos. Ao receber ofertas por e-mail, principalmente onde o desconto é grande e excessivamente vantajoso, verifique o remetente e desconfie de mensagens que criam senso de urgência, contendo frases como “Última Chance” ou “Oferta válida por tempo limitado”.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, acesse diretamente o endereço do site na barra de navegação e não clique em links recebidos por e-mail. Se o desconto parece bom demais para ser verdade, provavelmente é um golpe.
Como reconhecer URLs falsas
Como mencionamos, cibercriminosos desenvolvem URLs falsas para favorecer a aplicação de seu golpe. Por esse motivo, é necessário saber reconhecer essas URLs para evitar acessar páginas falsas e fornecer dados pessoais ou financeiros.
Aqui estão algumas dicas para identificar URLs falsas:
- Verifique o URL: Falsos sites geralmente apresentam pequenas variações comparadas ao URL oficial. Um site falso pode usar um domínio diferente do original e até mesmo apresentar erros de digitação, caracteres extras ou substituições sutis, como trocar a letra “l” minúscula pelo número “1”.
- Domínios suspeitos: Os domínios utilizados por sites fraudulentos podem ter sufixos em comum, como .net ou .xyz. Verifique se o domínio parece legítimo e se não há adições suspeitas ao nome do site. Muitas vezes, os criminosos adicionam palavras como “desconto” ou “oferta” no domínio para criar um senso de urgência.
- Certificado SSL: Embora a URL por si só não seja uma garantia, o cadeado de segurança no navegador são boas indicações de que a comunicação entre o seu navegador e o site é devidamente criptografada. É importante lembrar que um certificado SSL não é garantia de que o site é confiável, apenas de que a conexão é segura.
Uso de métodos de pagamento mais seguros
A escolha do método de pagamento também é um fator crucial para a proteção das suas informações. Na Black Friday, os consumidores precisam estar atentos às opções de pagamento garantindo que suas compras sejam seguras e protegidas contra fraudes e ações criminosas.
A utilização de métodos de pagamento mais seguros pode ajudar a reduzir os riscos de roubo de dados e manter as suas informações sempre confidenciais. Plataformas como PayPal, Google Pay e Apple Pay são populares porque oferecem uma camada extra de proteção, não compartilhando diretamente os dados do seu cartão com o vendedor.
Os cartões virtuais também são uma excelente alternativa, pois oferecem cartões de crédito ou débito gerados para apenas uma transação. Esses cartões apresentam um número diferente do seu cartão físico, impedindo que os criminosos realizem outras compras com essas informações.
Como garantir uma Black Friday segura
Para garantir uma Black Friday segura, tanto empresas quanto consumidores precisam adotar práticas proativas de cibersegurança. O crescimento das transações e a busca frenética por grandes ofertas cria um ambiente perfeito para os cibercriminosos, que implementam estratégias de desvio de informações e golpes financeiros para enganar um grande número de usuários.
As empresas, devem investir em infraestrutura de segurança robusta, com implementação de autenticação em duas etapas e sistemas de monitoramento contínuo para manter a proteção do site. A educação dos colaboradores sobre como identificar ameaças cibernéticas que podem afetar a operação e as transações é fundamental.
Já para os consumidores, é necessário informar sobre a importância da prudência durante esse período. Lembre seus consumidores de verificar a autenticidade do site, utilizar métodos de pagamento seguros e evitar os links promocionais que podem ser fraudulentos.
A importância de um ecossistema digital confiável
A colaboração constante entre empresas, governos e consumidores é fundamental para criar um ambiente digital seguro, principalmente durante eventos de grande volume de transações, como a Black Friday. As organizações precisam investir em tecnologias de proteção e adotar também políticas de segurança claras para seus usuários. O governo pode criar regulamentos mais rígidos e realizar campanhas de conscientização para alertar os consumidores sobre o risco de fraudes online.
É necessário que haja um trabalho conjunto para que todos se mantenham preparados e consigam se manter protegidos no ambiente digital durante não só a Black Friday, mas em todas as compras realizadas. Nesse sentido, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, preparou um guia baseado no Código de Defesa do Consumidor com orientações exclusivamente para a Black Friday.
Já os consumidores devem se manter atentos às melhores práticas de segurança digital, como o uso de senhas fortes e autenticação multifatorial para proteger as suas informações pessoais e financeiras. O trabalho conjunto pode fazer toda a diferença na redução da incidência de fraudes para garantir o menor número de vítimas durante a Black Friday.