O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma data significativa para refletir não apenas sobre as conquistas das mulheres ao longo da história, mas também sobre os desafios persistentes que ainda enfrentam em diversas esferas da sociedade. Nesse sentido, é um momento para celebrar as vitórias alcançadas na luta pela equidade de gênero, incluindo os avanços das mulheres na cibersegurança.
Ao mesmo tempo, em que se destaca a necessidade de continuar avançando em áreas como a equidade no mercado de trabalho, a educação e o reconhecimento de direitos. Além disso, no setor de cibersegurança, essa reflexão é ainda mais importante, dado o impacto crescente da tecnologia em nossas vidas.
No campo da segurança cibernética, as mulheres têm desempenhado um papel cada vez mais essencial. Não apenas na proteção de dados e na prevenção de ameaças digitais, mas como líderes de inovação tecnológica e criação de soluções mais seguras para a sociedade digital.
Ademais, elas têm sido pioneiras no desenvolvimento de novas estratégias de defesa, contribuindo com novas perspectivas para resolver os complexos desafios cibernéticos que enfrentamos hoje. Contudo, apesar de o setor de cibersegurança ainda ser predominantemente masculino, a presença feminina cresce, com mais mulheres em cargos de liderança e funções técnicas.
Assim, este artigo celebra as mulheres que estão moldando o futuro da cibersegurança e destaca a importância de mais mulheres neste setor. É importante apoiar e incentivar a participação feminina e o destaque delas neste campo vital para o futuro digital.
Mulheres na Cibersegurança: quebrando barreiras e criando o futuro
Nos últimos anos, a presença das mulheres no campo da tecnologia e da segurança cibernética tem se mantido estável. Por exemplo, o ISC2 estimou que a porcentagem de mulheres no setor está na faixa de 20% a 25%. Além disso, embora não haja uma organização que rastreie essa métrica especificamente, os números do ISC2 coincidem com o Relatório Mulheres em Segurança Cibernética da Cybersecurity Ventures, que revelou que, em 2022, as mulheres ocupavam 25% dos cargos no setor de segurança cibernética globalmente.
Fonte: Women in Cybersecurity
Uma tendência positiva é que o ISC2 espera que essa porcentagem aumente à medida que mais jovens ingressam na profissão. Nesse sentido, os dados mostraram uma representação maior de mulheres no grupo de entrevistados na faixa etária de 39 a 44 anos (16%), com a porcentagem crescendo à medida que a idade diminui, alcançando 26% entre as profissionais abaixo de 30 anos.
Fonte: Women in Cybersecurity
Neste Dia Internacional da Mulher, é fundamental reconhecer o impacto das mulheres que lideram no setor de segurança cibernética. Afinal, elas não apenas protegem dados e sistemas, mas quebram barreiras e inspiram novas gerações de mulheres a ingressarem em uma área importante para o futuro digital. Assim sendo, vamos conhecê-las!
1. Cristine Hoepers: liderança nacional em cibersegurança
Cristine Hoepers é uma das mulheres mais influentes na cibersegurança no Brasil. Residente em São Paulo, ela atua como Gerente Geral do CERT.br. Coordenando as respostas a incidentes de segurança no país. Um papel essencial para a proteção da infraestrutura digital brasileira. A saber, o CERT.br é responsável por monitorar e reagir a incidentes cibernéticos que afetam tanto usuários comuns quanto grandes corporações.
Além de suas funções executivas, Cristine tem se dedicado à educação e conscientização sobre segurança cibernética, através de eventos, workshops e iniciativas voltadas para a formação de profissionais no Brasil. Nesse sentido, sua contribuição vai além da gestão técnica: ela tem sido uma defensora do fortalecimento da cibersegurança nacional, garantindo que o país esteja preparado para enfrentar desafios cibernéticos cada vez mais complexos.
2. Tatiana Revoredo: pioneira no blockchain e segurança digital
Tatiana Revoredo é uma das grandes especialistas em blockchain e estratégia digital, campos emergentes que estão redefinindo a forma como as informações são protegidas e compartilhadas. Residente em São Paulo, Tatiana é membro fundadora da Oxford Blockchain Foundation, uma instituição dedicada a promover o estudo e desenvolvimento da tecnologia blockchain.
Além disso, como palestrante internacional e autora, Tatiana compartilha seu vasto conhecimento sobre como o blockchain pode ser usado para criar soluções de segurança mais robustas e confiáveis em diferentes setores, desde finanças até saúde. Nesse sentido, ela é uma defensora da inovação tecnológica que visa transformar a segurança digital, tornando os sistemas mais transparentes e resilientes a ataques.
3. Lucimara Desiderá: transformando a cibersegurança corporativa
Lucimara Desiderá é uma especialista em segurança cibernética com uma carreira focada em proteger sistemas e dados corporativos. Residente em São Paulo, sua experiência abrange desde a implementação de boas práticas em cibersegurança até o desenvolvimento de políticas de segurança para grandes organizações. Além disso, ela teve um papel importante como presidente do comitê de programa na 32ª Conferência Anual da FIRST, em 2020, um dos maiores encontros globais de profissionais de segurança cibernética.
Desirée é uma líder que busca promover a segurança cibernética no Brasil e no exterior, sendo uma figura essencial para a disseminação de práticas que ajudam as empresas a se protegerem contra as ameaças digitais mais atuais. Nesse sentido, ela tem contribuído vitalmente para a capacitação de equipes de segurança, além de atuar na implementação de sistemas de defesa eficazes.
4. Carol Bozza: destaque na cibersegurança da América Latina
Carol Bozza é reconhecida como uma das Top Women in Cybersecurity – Latin America e ocupa o cargo de Diretora Regional de Vendas na Aqua Security. Residente em São Paulo, ela tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da segurança em ambientes de containers e nuvem, um dos principais desafios da cibersegurança moderna. Ainda mais, em um mercado onde os ataques digitais são cada vez mais sofisticados. Carol tem sido uma liderança importante, ajudando empresas a proteger seus sistemas e dados no ambiente digital.
A presença de Carol Bozza na cibersegurança é um exemplo da importância da diversidade de gênero no setor. Em vista disso, ela tem contribuído para o desenvolvimento de soluções inovadoras, ao mesmo tempo, em que atua para inspirar e apoiar mulheres que desejam seguir carreira em tecnologia.
5. Katie Moussouris: transformando a cibersegurança com programas de Bug Bounty
Katie Moussourisé uma das pioneiras dos programas de bug bounty, sistemas em que hackers éticos são recompensados por identificar falhas de segurança em softwares e sistemas. Residente em Kirkland, Washington, Estados Unidos, ela é fundadora da Luta Security e tem sido uma defensora da cibersegurança colaborativa, incentivando a comunidade hacker a ajudar a melhorar as defesas de empresas ao redor do mundo.
Além disso, sua experiência no setor público e privado, incluindo passagens pela Microsoft e pelo governo dos EUA, a tornou uma líder influente na elaboração de políticas de segurança cibernética. Nesse sentido, Katie tem contribuído significativamente para moldar o futuro da segurança digital, com um foco constante na colaboração e no fortalecimento das defesas globais.
6. Parisa Tabriz: “Security Princess” do Google
Parisa Tabriz é uma das líderes mais conhecidas no setor de segurança, atuando como diretora de Engenharia do Google. Residente em Mountain View, Califórnia, Estados Unidos, ela é conhecida como “Security Princess” e lidera a equipe responsável pela segurança do Google Chrome, o navegador de internet mais utilizado no mundo.
Parisa é uma defensora ativa da diversidade de gênero no setor de tecnologia e usa sua plataforma para inspirar outras mulheres a se envolverem na cibersegurança, quebrando estereótipos e incentivando a inclusão de mais vozes femininas na tecnologia.
7. Eva Galperin: defensora da privacidade digital
Eva Galperiné a diretora de cibersegurança da Electronic Frontier Foundation (EFF). Residente em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos, Eva se especializou em proteger dados contra vigilância e ataques, com um foco especial na defesa de ativistas e jornalistas, que frequentemente enfrentam ameaças digitais em seu trabalho.
Ela é reconhecida por sua liderança em campanhas contra a vigilância em massa, bem como por ser uma figura central na proteção dos direitos digitais. Nesse sentido, Eva utiliza sua posição para educar sobre a importância da privacidade digital, transformando o modo como as pessoas e organizações abordam a proteção de seus dados na era da informação.
8. Joanna Rutkowska: inovação em segurança de hardware e software
Joanna Rutkowska é uma das mais respeitadas especialistas em segurança de hardware e software, tendo fundado a Invisible Things Lab. Residente em Varsóvia, Polônia, ela é a criadora do Qubes OS, um sistema operacional projetado com ênfase na segurança por isolamento, usando a virtualização para criar ambientes de computação seguros.
Joanna é pioneira no campo da segurança cibernética e sua pesquisa sobre como isolar sistemas operacionais tornou-se uma referência importante na proteção contra ataques sofisticados. Seu trabalho continua a influenciar a maneira como a indústria pensa sobre a segurança de sistemas, com soluções inovadoras que protegem dados e infraestrutura digital.
O papel das mulheres na cibersegurança: avanços, desafios e inspiração
O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma celebração das conquistas das mulheres, mas uma oportunidade para refletir sobre a importância da diversidade e inclusão, especialmente em áreas técnicas como a cibersegurança. Mulheres como Cristine Hoepers, Tatiana Revoredo, Desirée Baptista, Carol Bozza, Katie Moussouris, Parisa Tabriz, Eva Galperin, e Joanna Rutkowska têm feito uma diferença significativa, liderando inovações, criando soluções de segurança e protegendo nossa presença digital.
Apesar das disparidades de gênero ainda existentes, o avanço das mulheres na cibersegurança demonstra que a tecnologia está se transformando e abrindo novas oportunidades. Ao reconhecer e apoiar o trabalho dessas mulheres, estamos ajudando a construir um setor mais equitativo e inovador.
Neste Dia Internacional da Mulher, celebramos não apenas essas líderes excepcionais, mas todas as mulheres que, em cada parte do mundo, estão contribuindo para um futuro digital mais seguro e justo.
